A crosta da Terra tem de 16 a 48 quilômetros de espessura. Por
baixo, envolvendo o núcleo da Terra, existe o manto, uma camada de rochas de
alguns milhares de quilômetros de espessura. Devido ao imenso peso das rochas
de cima, o manto é muito denso e quente. Provavelmente é a pressão que o
conserva em estado de fusão. Quando um ponto fraco ocorre na crosta, a rocha
superaquecida, situada abaixo, expande-se e torna-se líquida, numa temperatura
de mais de 1.100°C. A rocha liquefeita irrompe através da crosta, como um jorro
de massa fundida, a lava. Comumente, os vulcões constroem cones, o centro do
qual está a cratera por onde jorra a lava.
A grande maioria dos sismos e das erupções vulcânicas ocorrem nas
fronteiras de placas. No entanto, há exceções, como é o caso do vulcanismo e
sismicidade associada a pontos quentes
(hotspots). O caso mais bem estudado
de ponto quente é o das ilhas de Havai, totalmente de origem vulcânica, e que
se localizam a mais de 3 200km da fronteira de placas mais próxima.
Hot
spots
são colunas de material quente e/ou magma fundido que vem das profundezas da
terra e jorra para a superfície. Existem na Islândia, Havai e em Yellowstone.
O Hot Spot que se
encontra em baixo da ilha tem 160 km de largura e mais de 600 km de
profundidade. Lentamente a coluna lança rochas a mais de 900° C, isso empurra a
crosta terrestre, aquece a terra por baixo e força o magma até à superfície,
expelido como lava.
A teoria dos pontos quentes
(hotspots) foi divulgada em 1963 pelo
geofísico canadiano J. Tuzo Wilson. No entanto, quando foi apresentada, esta
teoria foi considerada tão radical que o artigo foi recusado pelas revistas
internacionais mais credenciadas, até conseguir ser publicada em 1963 no
Canadian Journal of Physics. Apesar deste fato, a teoria dos pontos quentes
tornou-se um dos aspectos mais importantes da tectonica de placas.
De acordo com a teoria de Wilson, os alinhamentos de ilhas
vulcânicas não associadas a fronteiras de placas são explicados pela existência
de zonas relativamente pequenas, persistentes e excepcionalmente quentes que
existem sob a litosfera, e que por isso foram designadas por pontos quentes. São estes pontos quentes
a fonte de calor e de vulcanismo continuado.
A placa pacífica, desloca-se sobre um ponto quente estacionário,
no manto, localizado sob a atual posição da ilha do Havai;
É este ponto quente que proporciona uma fonte persistente de
magma, através da fusão parcial da parte da placa pacífica sobrejacente;
Este magma,
menos denso do que as rochas consolidades adjacentes, ascende através da crusta
constituindo vulcões activos, os quais formam montanhas submarinas que,
posteriormente, devido a erupções sucessivas, emergem como ilhas;
Foi revelada a existência
de uma cordilheira de montanhas submarinas com mais de 16.000 km de extensão,
separadas por uma gigantesca fenda que passa pelo centro do oceano atlântico.
Essa fenda é a Dorsal Mesoatlântica que delimita as placas tectonicas americana
e euroasiática. No fundo do oceano correntes de convexão de rocha derretida
(magma) abrem a crosta terrestre e deixam que o magma se infiltre apartando os
continentes. Em 1974, um pequeno submarino oceanográfico conseguiu descer às
profundezas do oceano para estudar a fenda. Nessa altura, foi possível
constatar os gases vulcânicos quentes a borbulhar no oceano, demonstrando que a
dorsal mesoatlântica é altamente vulcânica e capaz de apartar massas de terra
gigantescas como os continentes.
Uma vasta planície composta
por lava vulcânica ocupa o centro da Islândia,
onde grandes fendas dão uma textura fora do comum à paisagem.
A fenda de Thingvellir é a continuação da dorsal mesoatlântica
e o mesmo processo que afasta a América da Europa acontece neste local emblemático
dos islandeses. Thingvellir e a Islândia
estão a crescer cerca de 2,5 cm por ano, existindo cada vez mais fendas na
rocha do vale.
Correntes convectivas de rocha líquida empurram e dividem a dorsal
mesoatlântica. O magma invade as fendas e preenche-as, pois à medida que se
aproxima da superfície endurece e forma nova área.
Quando as placas
tectonicas se movem geram ondas de choque
denominadas de ondas sísmicas. Estas ondas deslocam-se em velocidades
constantes, a não ser que atinjam uma zona de
rocha líquida (magma), causando a diminuição da velocidade, como acontece na Islândia. Quer isso dizer que existe rocha
muito quente ou material em ebulição por baixo da superfície. É o Hot Spot da Islândia.
Há milhões de anos a
dorsal mesoatlântica desviou-se para oeste em
direção ao hot spot da Islândia. Quando se
encontraram, formaram uma parceria que se mantém até hoje, originando uma força
capaz de criar magma em escala monumental e que começou a construir a ilha
debaixo da água e empurrou-a para a superfície.
A passagem da
dorsal pelo hot spot origina o efeito de descompressão. O Hot spot leva calor
do centro da terra para a superfície e também cria fusão, a combinação entre
descompressão da rocha abaixo da superfície e o transporte de calor vindo debaixo
da terra cria uma grande quantidade de magma.
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