Os continentes e o fundo dos oceanos
repousam sobre as placas tectônicas - gigantescos blocos de rocha, de
aproximadamente 100 quilômetros de espessura, que flutuam sobre uma imensidão
de matéria fundida. O calor das profundezas da Terra mantém essas placas em
permanente movimento.
Quando duas placas se chocam ou se raspam,
elas geram um acúmulo de pressão que acabará por provocar um movimento brusco.
Esse movimento fará vibrar tudo o que existe ao redor do ponto de atrito, o
epicentro. É por isso que os terremotos costumam acontecer nas bordas das
placas tectônicas. O Japão, a Turquia e os países dos Andes estão na zona do
perigo.
O reduto do cinema, dos místicos e da
indústria dos chips, na Califórnia, está situada bem
na fronteira entre duas placas tectônicas, a do Pacífico e a Norte-Americana. É
a Falha de San Andreas, uma espécie de cicatriz que se estende por 1 350
quilômetros. Toda vez que a falha se mexe, o chão balança.
O que os moradores da Califórnia mais temem
é o grande terremoto, apelidado de Big One, que, segundo os sismólogos,
arrasará a região nos próximos vinte anos. O Big One
será bem mais violento do que o terremoto que destruiu boa parte de San Francisco, em 1906. Milhões
de dólares são investidos a cada ano em obras de prevenção. Mas a natureza é
caprichosa. Com todos os cuidados, em 1989, um tremor de média intensidade
virou uma tragédia que matou 250 pessoas em San Francisco.
Um em cada 10 terremotos acontece no Japão.
É que o país está localizado à beira de uma fossa submarina, com 6 quilômetros
de profundidade. Lá, a Placa do Pacífico afunda para o interior do planeta,
empurrada para baixo pela Placa da Ásia. O atrito
entre as duas placas faz o chão tremer.
Escaldados pelo cataclismo que destruiu
Tóquio e Yokohama em 1923, os japoneses se tornaram
mestres na prevenção de terremotos. O país possui 120 estações sismológicas,
atentas às mínimas vibrações do solo. Do transporte ferroviário às redes
elétricas, tudo é projetado de modo a aumentar a segurança em caso de tremores
de terra. Mas a perfeição é impossível. Em 1993 um terremoto arrasou boa parte
da cidade de Kobe, apesar de todas as precauções.
O Chile é uma das regiões do mundo que
apresentam os maiores índices de ocorrência de terremotos, tendo sido impactado
com alguns dos maiores tremores já registrados na história, o que revela o
quanto esse problema é dramático nesse país.
O Chile encontra-se em uma região de elevada instabilidade
geológica, propiciada pelo choque direto entre duas placas
tectônicas: a de Nazca, posicionada sob o Oceano
Pacífico, e a Sul-americana, posicionada na América do Sul. Não por acaso, além
de abrigar terremotos, a região conta com cadeias montanhosas e atividades
vulcânicas que, assim como os abalos sísmicos, são consequências da dinâmica da
litosfera local.
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